Falta de Chips durará até 2023, diz CEO da Intel

Durante uma coletiva de Imprensa em 16 de Dezembro o CEO da Intel Pat Gelsinger deu alguns detalhes sobre os próximos passos da empresa e algumas previsões sobre a escassez de Chips. A Diamond Brasil trouxe todas as informações.

“A escassez global de chips durará até 2023”, disse o presidente-executivo da Intel, enfatizando que a demanda continua a aumentar em meio à pandemia de Covid-19, mesmo com os fabricantes de semicondutores lutando para expandir a produção.

Pat Gelsinger, CEO da empresa norte-americana, espera que as enormes lacunas de fornecimento permaneçam, mesmo que a indústria de semicondutores se esforce para responder ao aumento da demanda.

O executivo estava visitando a Malásia quando a Intel anunciou um investimento de 30 bilhões de ringgits, unidade monetária da Malásia (US$ 7,1 bilhões) para expandir suas capacidades de fabricação de back-end e linhas de embalagem avançadas no país nos próximos 10 anos. Gelsinger espera que a mudança crie mais de 4.000 novos empregos.

A Autoridade de Desenvolvimento de Investimentos da Malásia já havia sinalizado o pacote anteriormente, dizendo que a instalação ficará em Bayan Lepas, perto de um aeroporto internacional no estado insular de Penang, no Norte.

A Intel conta com a Malásia para algumas de suas operações de empacotamento de chips, a etapa final crítica no processo de fabricação de semicondutores.

Gelsinger disse que o esforço do setor para aumentar a capacidade desde o início da pandemia, há quase dois anos, levaria pelo menos três anos para produzir resultados.

“A escassez geral de semicondutores é bastante significativa e a indústria de semicondutores estava crescendo cerca de 5% ao ano antes do COVID”, disse ele em entrevista coletiva, descrevendo-a como uma indústria de aproximadamente US$ 500 bilhões na época.

“O COVID interrompeu as cadeias de suprimentos, fazendo com que se tornasse negativo”, continuou Gelsinger. “A demanda aumentou 20% ano a ano e as cadeias de suprimentos interrompidas criaram uma lacuna muito grande e essa demanda explosiva persistiu.”

Gelsinger disse que o investimento da Malásia é parte da capacitação contínua da Intel nos EUA, Europa e Ásia.

“Leva tempo para desenvolver essa capacidade para atender ao aumento na demanda”, disse ele, observando “grandes” expansões em instalações nos estados americanos do Arizona e do Novo México que já foram anunciadas.

“Estou ansioso para anunciar nosso próximo grande sítio nos EUA e nosso próximo grande sítio na Europa também em um futuro próximo”, disse ele.

O ministro-chefe do Comércio Internacional e Indústria da Malásia, Mohamed Azmin Ali, também participou do evento, onde disse que haveria uma interrupção limitada na cadeia global de fornecimento de semicondutores pelo governo de seu país.

“Eu assegurei a Pat que não haverá mais bloqueios, apenas alguns específicos”, disse ele. “Mesmo durante os últimos bloqueios, garantimos interrupções mínimas na cadeia de suprimentos, pois sabemos o quão importante é para o mundo. ”

Restrições de movimento, incluindo bloqueios que a Malásia e outros países do Sudeste Asiático, como o Vietnã, impuseram para combater a expansão da produção amassada pelo COVID-19 em fábricas administradas por empresas de tecnologia estrangeiras.

O plano econômico do governo identifica a indústria elétrica e eletrônica como chave para o crescimento sustentável na Malásia e para fortalecer a posição do país na cadeia de suprimentos global. As autoridades de investimento aprovaram RM 47,1 bilhões em investimentos no setor nos primeiros seis meses de 2021, um grande salto em relação aos RM 5 bilhões no mesmo período do ano anterior.

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Artigo publicado originalmente na revista Guia Del Reciclador.